Justiça manda empresa em MG adotar medidas para estabilizar barragens.
- Luiz Otávio, Frutal-MG
- 21 de mar. de 2018
- 2 min de leitura

A Justiça determinou que empresa Minérios Nacional adote medidas emergenciais para estabilizar duas barragens de rejeitos na região metropolitana de Belo Horizonte. O Ministério Público vê risco de rompimento.
As duas barragens têm, ao todo, nove milhões de metros cúbicos de rejeito de minério. Os depósitos, construídos na região montanhosa, no meio de um vale, já tinham sido interditados pelo DNPM, o Departamento Nacional de Produção Mineral, em 2017. O Ministério Público apresentou um laudo que atesta a falta de estabilidade das barragens à Justiça e conseguiu uma liminar que obriga a empresa a adotar várias medidas de segurança.
A principal delas é a drenagem de toda a água de chuva e de nascentes que está se acumulando no local. Dependendo da quantidade, e de onde ela se acumula, a água pode provocar o processo chamado de liquefação, o mesmo o fenômeno que ocorreu na tragédia de Mariana.
O dam break, que é o estudo que simula o rompimento das estruturas, mostra que a barragem maior, a B2 auxiliar, se romperia e, na sequência, iria provocar uma onda de rejeitos atingindo a barragem B2, que fica logo abaixo. Em seguida atingiria outras duas barragens menores, que acumulam água. Pelo estudo, a inundação percorreria 6,3 quilômetros no vale, chegando perto do Rio das Velhas, um dos mais importantes para o abastecimento de água de Belo Horizonte.
A mineradora afirmou que a lama não atingiria nenhuma comunidade nesse trajeto, apenas um sítio onde moram cinco pessoas que já foram avisadas.
“Nós garantimos que não vai ter uma situação emergencial, mas a gente está preparado se tiver qualquer situação, eles não correm nenhum risco. Eles vão estar numa condição segura, deslocados numa condição bastante segura”, destaca Eduardo Sanches, gerente-geral de Sustentabilidade.
A mineradora também vai ter que fazer obra de reforço nos paredões para garantir a estabilidade das barragens. A empresa já adiantou que, depois dessa fase, que pode durar dois anos, vai retirar todo o minério e desativar os dois reservatórios.
“As nossas barragens não estão em operação. Elas não estão recebendo rejeito. Então, é uma condição completamente diferente. Nós temos total garantia em relação a segurança delas hoje. A barragem vai ser considerada descaracterizada e nós vamos fazer todo o processo de vegetação nela”, comenta o gerente-geral de Sustentabilidade.
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