Pimentel veta lei que proíbe testes em animais em Minas Gerais
Luiz Otávio, Frutal-MG
16 de jan. de 2018
2 min de leitura
Segundo o governador, para que seja feita a proibição, os laboratórios precisam ter acesso a novos métodos de pesquisa.
Em decisão publicada no Diário Oficial de Minas Gerais no sábado, dia 13 de janeiro, o governador Fernando Pimentel vetou a Lei 23.863, de 2017, que proíbe a utilização de animais para desenvolvimento, experimento e teste de perfumes e produtos cosméticos e de higiene pessoal.A proposta foi aprovada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em dezembro do ano passado, na forma do Projeto de Lei (PL) 2.844, de 2015, dos deputados Fred Costa (PEN) e Noraldino Júnior (PSC). Os autores asseguram que esses testes estão proibidos na Europa desde 2009. Agora, o legislativo mineiro terá que se posicionar sobre o veto do governador.Segundo Pimentel, embora a proposição trate de um tema sensível e relevante, a proibição abrupta de experiências e testes sem a definição de métodos alternativos, válidos nacionalmente, pode gerar grandes riscos para o desenvolvimento de pesquisas no setor.O chefe do executivo alega que cabe ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), zelar pelo cumprimento das normas relativas à utilização humanitária de animais para testes e introduzir técnicas alternativas, em consonância com as convenções internacionais das quais o Brasil seja signatário.Novos métodosO governador cita, também, a criação, em 2012, do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos, que tem como finalidade pesquisar e validar novas formas de testes sem o uso de animais, mas que ainda não obriga os laboratórios a substituírem as práticas.Nas razões do veto, Fernando Pimentel aponta ainda que, segundo o MCTI, existe uma série de questões práticas, tais como a importação de materiais, que ainda precisam ser definidas para que seja iniciada a regulamentação das pesquisas, sem o risco de obrigar os laboratórios a usarem um método não disponível no país.Por fim, o petista lembra que o governo estadual já vem adotando medidas que incentivam o fim dos experimentos e testes em animais, entre as quais a criação do selo Minas Sem Maus-Tratos: Produto Não Testado em Animais.TramitaçãoApós ser recebido pelo plenário da ALMG, o veto será distribuído a uma comissão especial, que terá 20 dias para emitir um parecer. O plenário da casa tem um prazo total de 30 dias para apreciar o veto, contados a partir da data do recebimento da comunicação.
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