Família não consegue enterrar mãe e filho mortos há 20 dias em colisão
- Willian São Paulo-Sp
- 15 de jan. de 2018
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Vinte dias de angústia e sofrimento. A dor da perda prolongada por questões burocráticas e dois corpos aguardando em uma sala fria o sepultamento. Desde que o Francynne Azevedo e seu filho Thauan morreram em um acidente de trânsito na avenida Brasil, zona norte do Rio, no dia 25 dezembro, seus corpos aguardam no IML o enterro. Como o veículo pegou fogo, a carbonização dificultou a identificação. O menino de cabelos cacheados foi identificado antes da mãe, mas a família resolveu esperar a liberação do corpo dela para que eles pudessem ser enterrados juntos. Foi no dia 10 de janeiro, 16 dias após o acidente, que o corpo de Francynne foi finalmente identificado. O reconhecimento se deu por meio do processo chamado de antropologia, em que fotos são utilizadas para reconhecer a arcada dentária. Embora a família tenha elogiado a atuação dos peritos do IML, houve dificuldades nesse segundo método por falta de fotos em boa qualidade. “É como se o acidente não tivesse fim”, diz Dênis Mathias, irmão de Francynne. Parentes mergulharam em sentimentos de perda, saudade e revolta. Eles chegaram a criar uma vaquinha para arrecadar dinheiro pensando em realizar o exame de DNA em uma clínica particular. Mas o dinheiro acabou não sendo necessário. Com o reconhecimento feito, Dênis corre, junto de um advogado, atrás da certidão de óbito. É que, como os corpos de mãe e filho demoraram mais de 15 dias para serem liberados, é necessária uma ordem judicial para que a família possa encerrar o ciclo e sepultar os mortos.
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