As tragédias que marcaram Portugal em 2017
- Natasha, Portugal
- 27 de dez. de 2017
- 3 min de leitura
As 109 pessoas, incluindo quatro crianças, que morreram nos incêndios deixaram o País em estado de choque. Mas também houve dois acidentes com avionetas.

O ano que agora finda foi o mais trágico em perdas de vidas humanas de que há memória nos incêndios que todos os anos no Verão lavram no país e com os quais parecia já nos termos habituado.
O ano quente e seco - em Novembro o Instituto Português do Mar e da Atmosfera informou que o território nacional encontrava-se em seca severa e extrema há seis meses - aliado a erros cometidos pela Protecção Civil e autoridades policiais e a uma gestão florestal deficiente provocou uma desgraça sem paralelo.
Na noite de 17 de Junho o país foi apanhado de surpresa quando as autoridades começaram a divulgar um número, que subia de minuto para minuto, de homens, mulheres e crianças apanhadas no inferno das chamas de um incêndio que começou em Pedrógão Grande e chegou até à Castanheira de Pêra.
O incêndio lavrou por uma semana e matou directamente 64 pessoas, incluindo quatro crianças com menos de 8 anos de idade. Mais de seis meses depois, as feridas ainda estão abertas na região e o trauma deverá levar anos a ultrapassar. Dois comandantes da Protecção Civil foram constituídos arguidos, indiciados por homicídio por negligência.
Queda de avião em Tires
Antes, no dia 17 de Abril, um avião caiu em Tires, Cascais, matando o piloto, os quatro passageiros e um camionista, que na altura estava a descarregar mercadoria no supermercado LIDL, onde a aeronave se despenhou.
O piloto e os passageiros eram franceses – dois médicos ortopedistas, a mulher de um deles e uma amiga – que se dirigiam para Marselha, França. O camionista, de 40 anos, era português.
Segundo o relatório preliminar das autoridades, o piloto perdeu o controlo do avião pouco depois de levantar voo do aeródromo de Tires, perdeu altitude, colidiu com a doca de descargas do supermercado Lidl e explodiu.
Desgraça na praia
No dia 2 de Agosto, quando milhares de portugueses gozavam férias nas praias da Costa da Caparica, os jogos de bola no areal da Praia de São João foram brutalmente interrompidos quando uma avioneta aterrou de emergência na praia.
Um homem de 56 anos e uma menina de oito anos foram atingidos e morreram no local. Na avioneta seguiam um instrutor e um aluno que foram indiciados pelo Ministério Público por homicídio por negligência e aguardam julgamento em liberdade.
A queda de uma árvore
Pouco mais de uma semana depois, o país recebeu mais uma má notícia. No dia 15 de Agosto, uma árvore centenária caiu sobre populares que pelas 12h00 se divertiam na Festa do Monte, na ilha da Madeira. Treze pessoas morreram, incluindo uma crianças e duas turistas – e 49 pessoas ficaram feridas.
Os moradores garantiram na altura que o carvalho, com quase 200 anos, estava referenciado como estando em risco de tombar. Mas a autarquia do Funchal desmentiu. O Ministério Público está a investigar.
Pedrógão Grande outra vez
Apesar das promessas do Governo de que seria feito tudo para que a tragédia de Pedrogão Grande não se repetisse, quatro meses depois mais de 500 incêndios, um pouco por todo o país, voltaram a provocar vítimas mortais – 45 pessoas morreram a tentar defender as suas casas ou a fugir das labaredas. Mais 70 ficaram feridas, muitas com gravidade.
O dia foi descrito pela Protecção Civil como "o pior dia do ano em termos de incêndios." Mais de 5.000 bombeiros combateram-se chamas na Lousá, Leiria, Gouveiera, Oliveira do Hospital, Tábua, Penacova, Mortágua, Santa Comba Dão, Tondela, Arganil, Vale de Cambra, Sertã, Monção e Ílhavo, entre outras localidades A tragédia levou à demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. O Ministério público abriu vários inquéritos para apurar responsabilidades.
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