Motoristas e cobradores de ônibus da Grande Vitória entram em greve
- Guilherme Luiz Vitoria-Es
- 26 de dez. de 2017
- 3 min de leitura
Sindicato diz que cumpre determinação da Justiça de 70% da frota em horários de pico. Transporte público atende uma média de 600 mil pessoas por dia.

Os rodoviários começaram uma greve de ônibus na Grande Vitória e os passageiros reclamam de terminais lotados e poucos coletivos nas ruas, na manhã desta terça-feira (26). Mais de 600 mil pessoas usam o transporte público diariamente na região metropolitana.
A categoria cobra reajuste de salário entre 7% a 10% e já rejeitou 2% proposto em uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho.
A Justiça havia proibido a greve antes do Natal, mas que ela podeira acontecer a partir desta terça, desde que fosse cumprido o mínimo de 70% da frota em horário de pico e 50%, no resto do dia.
Passageiros
O sindicato diz que está cumprindo a determinação, mas, nos terminais, passageiros relataram, no início da manhã, que havia falta de coletivos circulando dentro dos bairros. Muitos tiveram que ir andando ou de carona para os terminais.
“Estou indo para o meu serviço em Porto de Santana caminhando. Não está 100%. A maior dificuldade é sair do bairro para chegar no terminal. Está muito difícil. Como sempre, quem paga o pato é a população”, disse o autônomo Marcelo Parreli, no Terminal de Itacibá.
Os relatos são de ônibus saindo de 30 em 30 minutos, quando em dias normais o intervalo de tempo é de cinco minutos. Nos pontos de ônibus, passageiros contavam que os coletivos estavam passando, mas com a placa de “Especial”, ou muito lotados.
“Estou aqui desde as 6h e não consegui. Estão passando com placa de ‘Especial’, e não param. A pé eu não posso ir trabalhar”, disse a técnica de enfermagem Sueli Brasil, em um ponto de ônibus na Rodovia do Contorno.
Outra passageira, que estava no mesmo local e esperava o mesmo coletivo, disse que estava prestes a desistir de esperar pelo ônibus.
“Estou esperando o ônibus. Já tem uns 40 minutos que estou aqui e, se não passar, eu vou voltar para casa. Vou desistir, daqui a pouco vou para casa. E se eu sair e não tiver como voltar para casa? Não vou me arriscar”, disse a merendeira Rosinete Rodrigues.
Sindicato dos trabalhadores
O presidente do Sindirodoviários Edson Bastos disse que não dá para aceitar porque o reajuste seria de R$ 40 para motoristas, R$ 20 para cobradores e, no tíquete, de apenas, R$ 0,50. "Só o gás subiu mais de 70%, a energia subiu, tudo subiu. Não dá pra entender essa inflação que eles calculam", disse.
Os rodoviários querem "pagamento integral do plano de saúde e aumento de R$ 4 no tíquete alimentação por dia. Hoje, a categoria paga parte do plano e recebe R$ 26,30 de alimentação”.
Sindicato das empresas
A GVBus disse, em nota, que "lamenta a posição intransigente do sindicato, uma vez que está ciente da atual situação exposta a eles nos nove encontros já realizados, mas insistem em requerer um ganho real absurdo, acima da inflação".
"Reiteramos que as empresas da Grande Vitória não têm condições de arcar com qualquer reajuste além de 1,83%, índice de inflação com base no INPC. Por fim, não vemos mais necessidade de realização de uma greve, uma vez que o processo de decisão a respeito do ajuste já está nas mãos da Justiça", diz a GVBus.
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