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Mario Monti pede "atenção" para juros de Itália acima de Portugal

  • Natasha, Portugal
  • 22 de dez. de 2017
  • 2 min de leitura

O antigo governante italiano diz que o facto de os juros da dívida portuguesa estarem abaixo dos da italiana "não é razão para alarme". Mas pede que se monitorize a evolução, para o caso desta tendência poder "sugerir alguma coisa."

O antigo primeiro-ministro italiano Mario Monti manifestou-se preocupado pelo facto de o valor exigido pelos investidores para comprarem obrigações italianas em mercado secundário estar acima do que é pedido para a dívida portuguesa, sublinhando que esta situação exige "monitorização". "[O spread de Portugal tem sido] historicamente elevado, ainda assim está agora abaixo do nosso. (…) Não é razão para alarme, mas para muita atenção, caso isso possa sugerir alguma coisa," afirmou o senador esta sexta-feira, 22 de Dezembro, perante a comissão parlamentar sobre o sector financeiro em Roma.

O antigo governante (2011-2013) referia-se, segundo a Bloomberg, ao facto de as ‘yields’ da dívida soberana de Roma terem superado, em 15 de Dezembro, os juros das obrigações portuguesas a 10 anos pela primeira vez desde 2010. Uma situação verificada horas antes de a Fitch tomar a decisão inédita de melhorar em dois patamares o "rating" de Portugal, elevando-o à categoria de investimento. Mas não só. A determinar esta inversão de papéis entre os dois países está o que Monti refere como o "risco normal" associado à incerteza em torno da situação política no país transalpino e que conduziram os juros das obrigações a agravamentos. Após o Natal espera-se que o parlamento italiano seja dissolvido e sejam agendadas eleições em Março. Se se cumprirem as últimas projecções, o país pode ficar num limbo, já que a maioria absoluta parece longe de ser alcançada por qualquer partido, o que pode desencadear nova ida às urnas. Ainda assim, o antigo governante esperaria que situação semelhante de incerteza política – desta feita em Espanha, onde esta madrugada as eleições na Catalunha desaguaram em nova maioria para os independentistas – pudesse penalizar mais os juros de Madrid em relação aos pares da periferia do euro. "[Espanha] está numa situação que não é insignificante e seria de se esperar que a incerteza em Espanha se reflectisse nos mercados com um ‘spread" mais elevado disseminação – mas [a ‘yield’] continua abaixo da Itália," acrescentou. Apesar de nas últimas sessões a distância entre as 'yields' portuguesas e italianas se ter dilatado (para o maior 'spread' em oito anos), nas duas últimas sessões o intervalo encurtou-se, fruto da apreciação generalizada nos juros na Zona Euro, em negociações marcadas pela incerteza catalã. Esta sexta-feira os juros de Portugal a dez anos continuam abaixo dos de Itália (-13,1 pontos base). Já o 'spread' entre Espanha e Itália chegou a estar em mínimos de Outubro, estando agora em -46 pontos base. Face à Alemanha, Itália tem agora o segundo maior prémio de risco na Zona Euro (diferença face aos juros da Alemanha), ainda assim a uma distância assinalável da Grécia. Questionado por um deputado sobre se os seus comentários a propósito dos mercados de dívida seriam um aviso, Monti respondeu: "Sim, sim, embora seja - felizmente - feito por um cidadão particular e não por uma autoridade política ou monetária".

 
 
 

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