O medo de sair de casa para trabalhar faz parte do cotidiano de quem se torna refém da violência no
- Wellysson Rio De Janeiro-Rj
- 15 de dez. de 2017
- 2 min de leitura

Diante de uma situação de impotência, motoristas de ônibus têm se tornado alvos de assaltantes com frequência. O motorista X (que pediu para não ter o nome identificado na reportagem) passou pelo quarto assalto, só nos últimos dois meses, na última quarta-feira (13). Ele trabalha em um linha de ônibus executivo, 2343 (Ribeira– Castelo), da Viação Ideal, há mais de 10 anos, e diz que a situação se repete todos os dias.
“De dois meses pra cá, tem assalto todos os dias. Virou rotina. Eu ameacei até parar na patrulha que tem na frente, Ele apontou a arma e falou ou ‘morre ou segue’. Eram três. Uma mulher e dois homens. Ela fez sinal como se fosse passageira sozinha. Eu parei e vieram os dois atrás. Não dá mais. Eles mandaram eu sair do meu itinerário pegar a Avenida Brasil e antes do ponto na agulha do Caracol mandaram eu abrir”, lamentou o motorista.
Durante o assalto que presenciou na quarta-feira, "X" disse que um dos bandidos chegou a bater com a arma na cabeça de um senhor que estava no ônibus. Os assaltantes também levaram vários pertences dos passageiros.
'Estou desesperado com isso'
Segundo o motorista, os criminosos agem, principalmente, em três linhas de ônibus executivos: 2342, 2343 e 2344. E eles estão sempre grupo, principalmente no início da manhã, em um mesmo local na Ilha do Governador.
“Estou desesperado com isso. Eu já tinha feito registro aqui [na 21ªDP (Bonsucesso)], na 37ª DP (Ilha do Governador), tem as imagens das câmeras. Está demais. Ninguém toma atitude. O passageiro já paga uma viagem cara de R$11,50 e a viagem acaba se tornando um pânico todo dia”, disse o motorista.
O trauma também já faz parte da rotina de quem está há pouco tempo na profissão. Lucas Oliveira trabalha na na mesma linha de ônibus executivo e passou pela mesma situação no fim de novembro. Segundo Lucas, os assaltos frequentes fazem com que até os passageiros fiquem com medo de andar de ônibus.
“A empresa faz o papel dela que é mandar as imagens, só que você não vê o retorno, uma medida preventiva nem ostensiva. A gente está clamando por isso. Até o número de passageiros está diminuindo. Os passageiros estão com medo de entrar nos ônibus. Eu levava na primeira viagem em torno de 25 a 30 passageiros, agora eu levo 15”, contou Lucas, que trabalha como motorista há um ano e oito meses.

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