Há mais de oito mil casos de esclerose múltipla em Portugal

Há pelo menos oito mil diagnósticos de esclerose múltipla (EM) em Portugal e mais de 2,3 milhões em todo o Mundo. Os dados foram revelados ao CM pela Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) e só contabilizam as pessoas que estão a ser seguidas nos hospitais. "A EM é uma doença crônica, inflamatória e degenerativa do sistema nervoso central. É também uma doença autoimune, ou seja, uma doença em que o corpo reage contra o próprio sistema nervoso, não o reconhece como sendo seu", explica ao CM Cátia Carmona, médica assistente de neurologia no hospital de Cascais, acrescentando que "é de extrema importância controlar a doença porque os surtos podem ditar a gravidade da incapacidade. Pessoas com casos graves de EM podem perder a capacidade de andar ou falar claramente". Sendo a EM cronica, não há cura. Existem, no entanto, tratamentos, quer a nível terapêutico, quer de reabilitação. "Os tratamentos podem ser autoinjetáveis ou em comprimidos, tudo depende do tipo de EM que o paciente tenha", conclui Cátia Carmona. "Já consigo lidar com a doença" Eduardo Pinto, de 33 anos, teve os primeiros sintomas em 2015, mas só foi diagnosticado com esclerose múltipla em maio de 2016. "O médico pensou que pudesse ser um problema muscular porque eu sou atleta amador e foi uma altura em que andava a fazer muitas corridas. A situação repetiu-se e tive que ir às Urgências." O diagnóstico foi confirmado através de uma ressonância magnética. "Foi um choque, ninguém está à espera, principalmente quando se tem uma vida ativa, como era o meu caso. Procurei logo ajuda junto de associações e hoje já consigo lidar com a doença", conta o consultor imobiliário. "Surge entre 20 e 40 anos" CM - O que poderá causar a esclerose múltipla? Cátia Carmona, neurologista do hospital de Cascais – A origem da doença é ainda desconhecida. Há evidências científicas de que a influência genética e algumas infecções desenvolvidas em criança têm ligações à esclerose múltipla, como a mononucleose, conhecida por ‘doença do beijo’, mas não existe uma conclusão. – Qual o perfil do doente? – Surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos. Afeta com maior incidência as mulheres. Contudo, é também mais frequente aparecer nos homens a partir dos 60 anos.

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