Greve de caminhoneiros provoca desabastecimento em postos de RJ e MG
- Wellysson Rio De Janeiro-Rj
- 8 de dez. de 2017
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Por NICOLA PAMPLONA / RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma paralisação de transportadoras iniciada nesta quinta (7) já começa a provocar problemas no abastecimento de combustíveis nas regiões metropolitanas do Rio e de Belo Horizonte, situação que pode ser agravar durante o fim de semana, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis). O protesto teve início à zero hora de quinta. "Já passamos quinta e sexta sem conseguir carregar e é por isso que alguns postos estão secos", disse o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda. De acordo com ele, há notícias de problemas também no Paraná e em Santa Catarina, que são abastecidos por base de distribuição em Araucária (PR). Normalmente, o estoque dos postos para o fim-de-semana começa a chegar às quintas. Miranda diz que a entidade já foi informada de falta de gasolina, diesel e etanol, mas a situação é mais grave com relação à gasolina, que tem maior saída nos postos. As manifestações são comandadas pelos sindicatos de transportadores de derivados de petróleo, em protesto contra o aumento de impostos sobre combustíveis. Há quase um mês, a categoria promoveu bloqueios em Goiás, levando também a problemas no abastecimento de postos. "Nós já estávamos com situação insustentável, com o frete muito defasado. Agora, não temos outra alternativa a não ser cruzar os braços", disse o vice-presidente do Sindtanque-MG (Sindicato das Empresas de Transporte de Combustível de Minas Gerais), Laurimar Mattar Pereira. Segundo ele, mais de 150 empresas, além de caminhoneiros autônomos, aderiram à greve em Minas. "Vamos continuar até chegarmos a um denominador comum com os órgãos envolvidos", afirmou. A categoria protesta contra a elevação das alíquotas de PIS/Cofins, no fim de julho, o aumento do preço do diesel vendido pela Petrobras. Pereira alega que o diesel representa entre 60% e 70% do custo do frete. "Caso o cenário de greve persista, há sim o risco de desabastecimento geral, uma vez que os postos que ainda possuem estoque não poderão ter a renovação dos produtos armazenados", afirmou, em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro). O sindicato alerta, porém, para que não haja corrida aos postos, o que aceleraria o processo de desabastecimento. "O abastecimento de combustíveis é questão de segurança nacional. Em muitas cidades do interior, quem abastece caminhões de bombeiros ou viaturas policiais são os postos", disse o presidente da Fecombustíveis. Em Minas, a entidade vai pedir apoio à área de segurança pública para escoltar caminhões-tanque às bases. O vice-presidente do Sindtanques-MG disse que o suprimento a hospitais e órgãos públicos não está sendo afetado e que espera apoio da opinião pública à causa. "Não é um problema só nosso. Toda a sociedade está pagando caro também."
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